sábado, 30 de maio de 2009

Chegada do OLPC na Etiópia

Na Etiópia foram distribuidos 5000 computadores às crianças. Uma reportagem sobre esperança despertada nas casas de barro com a chegada de um Laptop.

Fonte: zeit.de
Data: 29.01.2009
Autor: Claus Spahn
Tradutor: Alexandre Hill Maestrini
Texto original: Alemão

Citação:
No dia em que o computador chegou em Mullosayyoo as crianças ficaram na beirada da rua e acenavam com buques de grandes flores amarelas. Mulheres carregavam para casa enormes feixes de capim recentemente cortados para forrar o chão de seus barracos. Eles prepararavam a festa do Masqal, um dos mais importantes feriados dos cristãos ortodoxos na Etiópia, comemorado com grandes fogos em todo o país. O dia do Masqal marca o fim da estação chuvosa, ele também é um maluco festival primaveril, no qual as pessoas do campo celebram o esverdear dos campos e a esperança de uma boa colheita. A aldeia de Mullosayyoo está situada a uma hora e meia de carro ao norte de Adis-Abeba e os últimos 30 km passam por acidentadas estradas de areia. A aldeia não tem praça principal, não tem postes de luz e não tem empresas, apenas uma escola. Nas cabanas de barros vivem pequenos agricultores, os quais cultivam o teff com os magros bois de arado. Teff é um cereal, a partir do qual o é feito o injera, um pão assado e o principal alimento na Etiópia. Por um computador ninguém estava esperado por aqui.

"Tenho a sensação de que nossas crianças nasceram hoje pela segunda vez", diz Deriba, um pequeno, vigoroso homem com rugas como sulcos na face curtida de agricultor. Esta manhã ele estava com suas botas surradas e fez algo que ele nunca faz, acompanhou sua filha, a quinta de oito filhos, até a escola. Ele entrou na fila do pequeno escritório do diretor da escola, sentou-se com outros pais e mães em um estreito banco de madeira e observou como jovens mulheres da com roupas da cidade umedeciam os dedos e folheavam um bloco de notícias vermelho. Eles comparavam listas manuscritas e marcavam os nomes e faziam caras de trabalho sério. A abafada sala pareceu se encher de importância e uma pompa de grande significado como se ali fosse realizada uma eleição presidencial ou uma grande reforma agrária solenemente selada. Os adultos somente sussuravam entre si. No final cada agricultor de Mullosayyoo recebeu, em mãos, uma caixa de plástico verde e branca.

"Venha", diz Deriba, "Venha comigo em minha casa e você poderá ver onde é que a nova "coisa" terá o seu lugar. Minha filha já está foi antes". Alma, a filha de Deribas, é uma menina de onze anos raquítica. Sua camisa amassada tinha buracos e no seu lóbulo da orelha direita ela tinha um pedacinho de pau, que não se sabia se era uma jóia ou apenas um pedaço de plástico imitando um brinco, que ela gostaria de ter. Ela nos levou para a cabana do seu pai: um quarto sem janelas com um telhado de lata por cima. O mobiliário é composto por uma mesa, um banco e um baú de madeira. Apartir de agora nesta casa há um computador, como em outros 1000 barracos em torno a escola Mullosayyoo [...]

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