segunda-feira, 8 de junho de 2009

O que é uma cidade digital?

Cidade digital é um termo que está na moda e por isso tem significados diferentes para diferentes pessoas.

Fonte: LSI - POLI - USP
Autor: Hilton Fernandes
Data: 28.09.2007

Citação:
Para o Ministério das Telecomunicações, por exemplo, qualquer cidade que tenha conexão com a Internet é uma cidade digital. Devido à universalização das telecomunicações, praticamente qualquer cidade brasileira tem acesso à Internet -- mesmo que tenha que fazer uma ligação interurbana ao ponto de presença de Internet mais próximo, como tem sido o caso de cidades até mesmo de Minas Gerais.

Para outras pessoas, cidade digital é cidade que tem presença marcante na Internet, muitas vezes através de portais de governo eletrônico, ou e-gov, onde a população pode solicitar serviços da prefeitura e acompanhar online a prestação de contas da prefeitura.

Mas para um número crescente de contextos, cidade digital significa uma cidade amplamente coberta por uma rede sem fio integrada, que permite acessar a Internet, em geral oferecida gratuitamente pela municipalidade, ou por uma organização não governamental (ONG), caso em que o acesso pode ter um custo, em geral muito baixo. Para evitar a ambiguidade do termo cidade digital, nos EUA tem sido adotado o termo municipal wireless network,ou rede municipal sem fio, que eles preferem abreviar por muni wi-fi, devido ao fato de que hoje as redes que chegam ao cidadão sejam normalmente do tipo chamado Wi-Fi.
Links externos
Wikipedia | Guia das Cidades Digitais

sábado, 30 de maio de 2009

O futuro da computação está na tela

Criadora do “laptop de US$ 100”, Mary Lou Jepsen explica inovações de nova tela LCD e defende que OLPC iniciou setor de netbooks.

Fonte: IDG Now!
Data: 20.03.2009
Autor: Guilherme Felitti

Citação:
Pode um grupo responsável pelo produto que abriu um novo mercado atualmente em ascensão econômica ficar fora da exuberância financeira experimentada por outras empresas tardias? A One Laptop per Child (OLPC) vem provando nos últimos meses que sim. Apesar de ser apontada como a criadora dos netbooks, a organização está praticamente de fora desse mercado, que tem potencial para vender 21 milhões de unidades neste ano, segundo o Gartner, empresa que faz pesquisas sobre o mercado de tecnologia.

Há um legado inegável, porém, que o laptop, chamado oficialmente de XO, deixará ao mercado tecnológico, defende Mary Lou Jepsen, pesquisadora recrutada pelo fundador da OLPC, o pesquisador Nicholas Negroponte, para liderar a equipe que criou o laptop. Para ela, a OLPC e o XO foram responsáveis por baratear os preços dos notebooks no mundo inteiro[...]

Chegada do OLPC na Etiópia

Na Etiópia foram distribuidos 5000 computadores às crianças. Uma reportagem sobre esperança despertada nas casas de barro com a chegada de um Laptop.

Fonte: zeit.de
Data: 29.01.2009
Autor: Claus Spahn
Tradutor: Alexandre Hill Maestrini
Texto original: Alemão

Citação:
No dia em que o computador chegou em Mullosayyoo as crianças ficaram na beirada da rua e acenavam com buques de grandes flores amarelas. Mulheres carregavam para casa enormes feixes de capim recentemente cortados para forrar o chão de seus barracos. Eles prepararavam a festa do Masqal, um dos mais importantes feriados dos cristãos ortodoxos na Etiópia, comemorado com grandes fogos em todo o país. O dia do Masqal marca o fim da estação chuvosa, ele também é um maluco festival primaveril, no qual as pessoas do campo celebram o esverdear dos campos e a esperança de uma boa colheita. A aldeia de Mullosayyoo está situada a uma hora e meia de carro ao norte de Adis-Abeba e os últimos 30 km passam por acidentadas estradas de areia. A aldeia não tem praça principal, não tem postes de luz e não tem empresas, apenas uma escola. Nas cabanas de barros vivem pequenos agricultores, os quais cultivam o teff com os magros bois de arado. Teff é um cereal, a partir do qual o é feito o injera, um pão assado e o principal alimento na Etiópia. Por um computador ninguém estava esperado por aqui.

"Tenho a sensação de que nossas crianças nasceram hoje pela segunda vez", diz Deriba, um pequeno, vigoroso homem com rugas como sulcos na face curtida de agricultor. Esta manhã ele estava com suas botas surradas e fez algo que ele nunca faz, acompanhou sua filha, a quinta de oito filhos, até a escola. Ele entrou na fila do pequeno escritório do diretor da escola, sentou-se com outros pais e mães em um estreito banco de madeira e observou como jovens mulheres da com roupas da cidade umedeciam os dedos e folheavam um bloco de notícias vermelho. Eles comparavam listas manuscritas e marcavam os nomes e faziam caras de trabalho sério. A abafada sala pareceu se encher de importância e uma pompa de grande significado como se ali fosse realizada uma eleição presidencial ou uma grande reforma agrária solenemente selada. Os adultos somente sussuravam entre si. No final cada agricultor de Mullosayyoo recebeu, em mãos, uma caixa de plástico verde e branca.

"Venha", diz Deriba, "Venha comigo em minha casa e você poderá ver onde é que a nova "coisa" terá o seu lugar. Minha filha já está foi antes". Alma, a filha de Deribas, é uma menina de onze anos raquítica. Sua camisa amassada tinha buracos e no seu lóbulo da orelha direita ela tinha um pedacinho de pau, que não se sabia se era uma jóia ou apenas um pedaço de plástico imitando um brinco, que ela gostaria de ter. Ela nos levou para a cabana do seu pai: um quarto sem janelas com um telhado de lata por cima. O mobiliário é composto por uma mesa, um banco e um baú de madeira. Apartir de agora nesta casa há um computador, como em outros 1000 barracos em torno a escola Mullosayyoo [...]

Se quiser traduzir todo o texto use o Onlinetranslator.ch

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Internet de onda livre chega ao Brasil

O brasileiro Alexandre Maestrini, colaborador da swissinfo.ch, é um dos iniciadores da rede Openwireless.ch

Quelle: swissinfo.ch
Datum: 11.01.2009
Autor: Geraldo Hoffmann
Original: x-event.designo.ch

Home | Project | OLPC / Ondalivre | Video und Berichte



Citação:
O brasileiro Alexandre Maestrini, colaborador da swissinfo.ch, é um dos iniciadores da rede Openwireless.ch, um projeto piloto na Suíça para prover internet via ondas de rádio inicialmente em países em via de desenvolvimento. Esta idéia meio anárquica não é nova, porém só consegue seguidores muito lentamente. Conhecida como Freifunk.net na Alemanha e Funkfeuer.at (Áustria), acaba de chegar ao Brasil com o nome Ondalivre.

Depois que o Alexandre traduziu o software livre Freifunk do alemão, vários brasileiros e portugueses começaram a implementá-lo em português, para a construção das cidades digitais. Estão sendo criadas redes em malha (mesh) nas cidades de Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro, entre outras. O Freifunkt se destaca por ser mais prático para a adesão das pessoas não versadas em técnica. A Associação Software Livre.Org está sendo um braço animador da rede ondalivre.org.br.

O projeto freifunk.net desenvolve software para a criação de redes sem fio, capazes de unir comunidades e, especialmente no Brasil, possibilitar a inclusão digital, pois permitem conectar muitos computadores à Internet por redes sem fio via rádio.

Segundo explica o Alexandre, o principal elemento do sistema é um firmware, derivado do OpenWRT, que provê a maior parte das funções possíveis e imagináveis para se administrar uma rede sem fio em malha. Outra parte importante do software é o suporte à Web. Através dele, consegue-se ter uma visão geral de um conjunto de APs (pontos de acesso), o que facilita sua administração.

Clique aqui para baixar a versão em português do Freifunk-Firmware e leia mais sobre redes mesh e Freifunk.

Registrado em Tecnologia de Geraldo Hoffmann.

OLPC / Ondalivre, internet para as escolas em países em via de desenvolvimento

O projeto analisado de diferentes pontos de vista. Entrevistados: Michele Notari, Beatrice Tobler, Marques Madeira Hernani e Stefan Rovetto

Filmagem e edição: Stefan Rovetto
Data: 18.09.2008
Tradutor: Alexandre Hill Maestrini
Original: alemão

OLPC / Ondalivre, internet para as escolas em países em via de desenvolvimento

  • A visão do projeto OLPC é que toda criança do mundo tenha um computador
  • O projeto Ondalivre conecta os OLPCs com a internet e abre as portas para as crianças



Entrevista em português



Transcrição completa do texto do vídeo:

A visão do projeto OLPC é que toda criança do mundo tenha um computador.

As crianças adquirem automaticamente capacidades de lidar com os meios de comunicação assim que tenham acesso a um computador

Com certeza elas ganharam capacidades de lidar com os meios de comunicação tendo um OLPC, mas quem as ligará à comunidade mundial?

O projeto Ondalivre conecta os OLPCs com a internet e abre as portas para as crianças

A idéia do projeto Ondalivre é promover o uso das conexões internet sem fio para o acesso a informação mundial

Michele Notari: Meu nome é Michele Notari, eu sou da organização OLPC Suíça. O conceito básico da visão OLPC é o acesso livre e ilimitado à informação. Toda criança deste mundo deveria ter a possibilidade de usar aplicações na internet e ter acesso às informações da rede.

Beatrice Tobler: Eu me apresentarei em poucas palavras. Meu nome é Beatrice Tobler, eu sou a curadora do Museu da Comunicação em Berna. Conectar-nos nos torna vulneráveis, penso que é um bom tema a se abordar neste contexto. A questão é que, quando nos conectamos em rede com outras pessoas devemos estar ciente de que existe uma condição, isto é, uma necessidade de sabermos em quem eu posso confiar e quem não. Esta é capacidades de lidar com os meios de comunicação necessária. A questão agora é, quando você vai para a escola, existem crianças que sabem ler e escrever, mas não têm muita experiência em lidar com a mídia, não têm capacidades de lidar com os meios de comunicação. Será que não existe aqui um problema quando essas crianças estão interligadas? A Crítica aqui não seria uma desconfiança saudável, no caso deste conhecimento necessário não existir?

Stefan Rovetto: Meu nome é Stefan Rovetto, eu estou pessoalmente empenhado no projeto Freifunk na Alemanha e no Openwireless na Suíça. Para mim, o projeto escolas de países emergentes e em vias de desenvolvimento na Internet

* Crianças encontram novas maneiras de se expressar
* O Acesso à Internet significa que os conhecimentos escolares e os conhecimentos básicos podem ser passados de uma nova forma interativa e variada
* As crianças aprendem sobre outras culturas
* Existindo a possibilidade de se comunicarem extrapolando as barreiras, as crianças aprendem a se moverem no mundo globalizado

Beatrice Tobler: Assim que entramos em rede e nos conectamos com a rede em malha, é preciso ter consciência da importância que tem, quando nos conectamos com alguém que não conhecemos. Neste caso, um controle de qualidade ou de um indicador de confiabilidade não é fornecido inicialmente para todos os participantes desta rede.

Michele Notari: Estes aparelhos podem ser usados não apenas para obter informações da rede internet, mas sim principalmente para que as pessoas trabalhem em conjunto. Cooperação e comunicação é uma das questões básicas, uma das questões mais importantes sobre as quais queremos promover. Significa que as crianças devem aprender a trabalhar em conjunto em situações de aprendizado formal e não formal nas escolas. Devem também conectar-se entre si, a fim trocar informações.

Beatrice Tobler: É realmente um projeto ousado, um projeto que a One Laptop per Child. Este projeto é na verdade governamental, os acordos são negociado entre os governos, os contratos são assinados pelos governos. Conectar o OLPC com o projeto alternativo ondalivre, que é ativismo puro, é ousadia querer ligar duas áreas para formar algo novo a partir da soma dos dois. Então alguém poderia perguntar – isto é algo incompatível? O futuro nos mostrará se será possível realizá-lo. Este projeto é um início, no qual constantes mudanças no âmbito do projeto são possíveis. Se tudo isto fosse planejamento dos governos, isso levaria anos para planejar, quem sabe aprovar ou não aprovar, e, finalmente por em prática.

Em um projeto básico começa-se sem complicações, não se analiza a nível nacional, começa-se em um lugar, o que pode dar errado, mas pode também resultar de alguma coisa. Existem alguns perigos, mas também oportunidades em poder construir uma rede destas e proporcionar à estas pessoas esta tecnologia disponível. Com isso existe a possibilidade de ser usado para outro fim, por existir uma bagagem cultural diferente, um tipo diferente de comunicação e diferentes necessidades. Poderão existir reações ao que surgir e eu acho isso um ponto positivo deste tipo de projeto alternativo. Esta é uma forma espontânea de ativismo, no qual tudo pode ser constantemente replanejado e alterado. Existe também a possibilidade de não se poder controlar tudo como o planejado. Espero sinceramente que este projeto surpreenda e assuma uma posição de poder beneficiar todos os lados.

Marques Madeira Hernani: Eu sou do Caos Computer Club de Zurique e me chamo Hernani. Esta escrito na ética dos hackers que o acesso à tudo o que descreve a forma como o mundo funciona deveria ser inteiramente livre. Essa é uma exigência fundamental da liberdade de informação. As vezes existe em uma sala de aula somente um único livro matemática. Se fosse possível para todas as pessoas acessarem em sua língua materna a Wikipédia ou outros projetos que dão liberdade de conteúdo usando um computador, a situação educacional seria claramente melhor. Teríamos somente que transmitir a algumas pessoas a familiarização com essa tecnologia.

Michele Notari: Todos conhecem a Wikipedia como uma das maiores enciclopédias, que na maioria dos países está disponível gratuitamente. É bem possível que com esta iniciativa algo como o projeto Wikipedia poderia surgir em um país, no qual informações locais - porém importantes - estariam acessíveis para toda uma comunidade.

Besucherin Informatica'08: Seria ótimo se alunos que moram longe da escola, por exemplo, pudessem enviar seus deveres por e-mail da própria casa. Por isso, acho que este projeto é uma coisa boa. Há sem dúvida muitas vantagens e desvantagens.

Beatrice Tobler: Sobre as capacidades de lidar com os meios de comunicação. Quando um laptop destes for enviado para uma escola onde existem livros, como em um país em vias de desenvolvimento, virá a pergunta se a leitura na tela do computador não é mais fugaz que a leitura de um livro? Porque nós - nós que hoje usamos o computador - aprendemos antes a falar, ler e escrever. Hoje nós lemos livros. Uma compreensão aprofundada de um texto nós aprendemos com livros e com os computadores nós nos tornamos mais rápidos. Isto também funcionará em uma escola, na qual as crianças se encontram na fase inicial? Elas que apenas aprenderam a falar, ler e a escrever - se receberem simplesmente um laptop - saberão elas saber como ele funciona? Aceitarão esta ferramenta e adquirirão capacidades de lidar com os meios de comunicação? Será que, se a etapa de se aprofundar num livro for omitida, serão elas capazes de aprender a linguagem do computador e com isso adquirir mais conhecimento?

Ainda sobre o projeto Ondalivre - que se trata de uma troca de experiências internacionais - a idéia não é só um certo sentimento de missão para o desenvolvimento tecnológico nos países pobres, mas sim a idéia de que também receberemos algo de volta. Acho também interessante esclarecer do nosso lado:

* quais são as necessidades dos alunos, estudantes, crianças, adolescentes entre nós?
* estão eles interessados em um intercâmbio cultural?
* estão eles interessados em participar de um intercâmbio tecnológico?
* Serão as necessidades existentes as necessidades que poderiam ser criadas?
* Será que com uma pequena injeção de motivação, de repente surjirão novas necessidades?

Imagino que teremos um grande resultado quando as nossas crianças se sensibilizarem para as ligações globais, fazendo contatos com crianças nos países em via de desenvolvimento e do terceiro mundo. A partir destes simplesmente encontros pessoais poderia-se gerar uma consciência política entre esses jovens. Aquí eu vejo o potencial deste projeto. Espero que as pessoas entendam que não é só trabalho para o desenvolvimento destes países. Os jovens da Suíça poderiam também aproveitar muito. Será necessário encontrar comunidades que vejam estes benefícios que os estudantes, as crianças e os jovens podem ter. Se partirmos do princípio de que existe um fator multiplicador neste projeto e que uma consciência política global poderia ser aumentada, então concluiremos que existe também na Suíça a necessidade deste desenvolvimento - não é verdade?

Superar distâncias de 2 Km com o OLPC

Usando a tecnologia 802.11b foi possível superar a distância de 2 Km durante um teste na Austrália usando o OLPC.


Fonte: ZDNet Australia
Data: 28.05.2007
Autores: Munir Kotadia e Ivan Krstic
Tradutor: Alexandre Hill-Maestrini
Original: Alemão





Entrevista em inglês